Tapirapé - tribo tupi no Brasil Central

ossos de boto, cetáceo que os índios não pescam, e que, por isso, só poderia ter lá chegado nadando na enchente.

Segundo Coudreau (255), a foz do Tapirapé está a 191 metros acima do nível do mar.

Em 1945, uma comissão chefiada pelo general José Vieira da Rosa procedeu ao levantamento do Tapirapé, com estudos de geologia, botânica e zoologia. Para o bosquejo que acrescento (mapa 1) baseei-me, no referente ao curso do rio, na planta organizada por essa Comissão.

[Ver mapa 1 no original]

Mapa 1 - O rio Tapirapé.

Figuram nesta planta como afluentes da margem direita o "rio Xavantes" e o "rio Xavantinho", aquele numa distância de poucas léguas do Araguaia e este perto de São Domingos. Os sertanejos com que estive em 1935, chamavam ambos os afluentes pelo último nome. Os tapirapé tratam de pananinchova o que desemboca nos arredores de São Domingos e cuja foz tinha em junho daquele ano uma largura de dez metros. Os carajá setentrionais dão ao outro o nome úeúberó. Segundo Krause (2 456), os carajá meridionais designam tanto com uhuberó como com beró-maná o rio Tapirapé. A respeito disso, porém, parece haver um mal-entendido, pois Ehrenreich (4) e eu colhemos o último termo carajá com o mesmo sentido. Significando mána ou maná, segundo Krause (2 423) e Ehrenreich (ibidem), pedra, a tradução do nome carajá do Tapirapé é: rio da pedra ou rio das pedras. A causa desta denominação pode decorrer do fato de os carajá, cujas aldeias ficam perto da foz do Tapirapé e que são, por isso aqueles de sua tribo que mais frequentam este rio, habitarem justamente o trecho menos pedregoso de todo o Araguaia e saberem da existência do trecho pedregoso do Tapirapé acima de Porto São Domingos. Talvez também fossem simplesmente os morros de rochedos perto da foz do Tapirapé que sugerissem aos carajá o mencionado nome.

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