Os tapirapé não conheciam remédio contra raniay (Stradelli 184: Sanhacy), dor de dente. Muitos tinham dentes ruins apesar de estarem longe da velhice. O incisivo solto de Kamairahó faz pensar nas observações de Haroldo Cândido de Oliveira (1 174) referentes à influência do tembetá sobre os dentes dos carajá.
Ignorava-se em Tampiitaua também medicamento contra picada de cobra; o único recurso em tal caso era chupar o ponto picado.
Não sabiam tratar fratura de osso, e quando isso aconteceu por ocasião de uma visita anterior do rev. Kegel, pediram-lhe socorro.
Extraíam espinhos com outro espinho maior, como observei também entre os carajá. Durante o processo da extração, o paciente tapirapé misturava risadas com gemidos. Uma mulher tapirapé tirou um espinho do pé, pô-lo na boca e o engoliu, como fazem com os insetos que pegam sugando o seu sangue. Homens e mulheres reagiam às dores da picada de mosquito ou da queimadura exclamando: aky. Quem sentia palpitar o próprio coração, dizia che-totuka.
Quanto ao asseio do corpo entre os tapirapé, ambos os sexos mostravam grande diferença, havendo homens limpos e mulheres limpas como também sujos e sujas. Todos, porém, gostavam de tomar banho desde criança. Muitos enxaguavam a boca e gargarejavam com a água em vez de tomá-la. A cata de piolhos de cabeça era serviço frequente e gostosamente feito pelos pais e cônjuges. Menos vezes vi alguém lavar a rede de dormir, apesar da quantidade de piolhos que a infestam, de grande agressividade, pelo menos no tocante a mim.
O asseio da aldeia foi descrito no capítulo VII.