Tapirapé - tribo tupi no Brasil Central

morts. Dans la plupart des textes que j'ai cités, il est dit que les propos tenus par les pleureuses se rapportaient aux morts, que c'était leur mémoire et celle de leur exploits qui étaient évoquées".

Referindo-se ao encontro de sua intérprete carajá com parentes, escreve, em 1775, Pinto da Fonseca (2 117) na sua carta "da aldeia do gentio de nação carajá": "... chegou alguma gente vinda de fora, os quais eram os parentes da dita língua, que abraçando-se com ela formaram os maiores prantos que é possível; aos quais ela correspondeu tambem chorosa: foi-se formando um tal alarido de vozes entre o gentio, levantando-se muitos que estavam sentados, e falando-me com vozes muito altas, o que eu não pude entender; pois as lágrimas da índia que serve de língua, embaraçava de nada ouvir. Vieram logo todos os seus parentes à minha tenda, e chegando-se principiaram a esfregar-me a cara com as mãos que é o modo de agradecerem o trato e estimação, que faziam à sua parenta".

Krause (2 324), ao observar, que em 1908, na mesma tribo as parentas de seus remadores carajá os receberam falando aos prantos, os quais, porém, cessaram de repente para dar lugar a uma conversa amigável, opina: "Evidentemente, tudo isso é mera cerimônia". O mesmo autor (ib. 402) encontrou entre os caiapó comportamento semelhante e conclui que, em ambas as tribos, só mulheres cumprimentando parentes usam a saudação lacrimosa.

Enquanto, a esse respeito, os carajá e caiapó se parecem com os tapirapé na medida em que eu fui considerado parente de Maräromyó, distinguem-se dos vizinhos meridionais desta tribo, isto é, dos akué-xavante entre os quais, segundo Lincoln de Souza (138), é o chefe quem dirige a saudação lacrimosa a visitantes forasteiros ("... Apoena, seu 'capitão', o qual, conforme o costume da tribo, abraçou Meireles e o brigadeiro Aboim chorando copiosamente".).

Como saudação podemos considerar, aliás, já o referido apalpar-me e passar-me as mãos sobre a pele por ocasião da minha primeira chegada a Tampiitaua, tratamento esse repetido, na minha segunda chegada, pela moribunda Airuvitynga e por Maräromyó. Dos carajá do século XVIII conta Pinto da Fonseca (2 117) que lhe esfregaram a cara com as mãos, mas interpreta isso como gesto de agradecimento. Na citada descrição da saudação lacrimosa tupinambá, disse Cardim (309) que as mulheres, ao agasalhar o hóspede e antes mesmo de chorar, "lhe tocam com a mão em alguma parte do seu corpo, como joelhos, ombro, pescoço, etc."

Falando em saudações, não podemos deixar de mencionar "a saudação de nariz", tradução literal do título Der Nasengruss sob o qual Andree, em 1879, publicou o seu estudo sobre o costume de se cumprimentar pondo em contato os respectivos órgãos do olfato. Depois de mencionar que chamam esta saudação também de "beijo de nariz" e "esfrega de nariz", Andree (151) declara ser o importante dela não o toque, mas a tomada do cheiro. Ainda um psicólogo moderno, Strehle (138), escreve: "O nariz é muito mais frequentemente consultado por crianças e primitivos do que pelo adulto diferenciado". Entre os tapirapé, certas pessoas, sendo amigas ou amantes, manifestavam sua afeição esfregando o nariz no nariz

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