A religião dos tupinambás e suas relações com as das demais tribos tupi-guaranis

(a maloca, a rede, a mandioca amargosa, a tinguijada, a canoa de casca, a cerâmica envernizada, o ralador, a tipoia de carregar crianças, o moquém, o tipiti, o escabelo, as plumas coladas com almecega, o manto e o boné de plumas, o abano de palha entrançada e tantos outros mais).(1) Nota do Autor

Em suma, os tupis da costa, principalmente os tupinambás, representavam, à semelhança dos hebreus, segundo uma frase feliz de João Ribeiro, o povo cosmogênico, ao qual estavam reduzidas todas as demais populações primitivas do país.

Os tupis-guaranis, dos quais a família tupinambá formava o maior estoque, constituíam, primitivamente, um só grupo, localizado, segundo a lição da etnografia clássica, nas proximidades do istmo de Paraná, região dos caraíbas, de onde, rumando para o sul, foram ter às margens do médio Paraná-Paraguai; desse novo hábitat, depois, empreenderam uma verdadeira remigração, que tomou três principais direções: a) um dos ramos subiu o litoral e atingiu a foz do Amazonas; b) outro ramo estendeu-se para o noroeste; c) um terceiro ramo, enfim, desceu os cursos do Tapajós, do Madeira e do Ucaiali.

A migração litorânea, pelo menos, parece líquida, pois foi presenciada pelos próprios colonizadores; verifica-se, por outro lado, que as massas túpicas do sul (os guaranis) possuíam língua mais primitiva e contracta, ao contrário do que ocorria com as massas túpicas do setentrião, cuja impureza atestava, na frase

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