A religião dos tupinambás e suas relações com as das demais tribos tupi-guaranis

Companheiro de Yves d'Évreux, Claude d'Abbeville dá, igualmente, importantes informes a respeito daquela tribo. Completam os dados fornecidos por esses três autores numerosos outros mais, que se podem enfileirar na linhagem dos cronistas, de Vaz de Caminha ao holandês Nieuhof.

O presente estudo das ideias religiosas dos tupinambás está longe de formar um todo completo. Se é verdade que certas práticas e crenças podem ser reconstituídas com enorme luxo de pormenores, outras há, todavia, que apenas se conhecem imperfeitamente. Tais lacunas são, em parte, preenchidas pelos estudos de Niimiendajú. Esse sábio, que foi realmente adotado por uma tribo guarani, estudou profundamente a mitologia dos apapocuvas e tembés, considerados os derradeiros rebentos da onda migratória dos tupinambás. São, de fato, surpreendentes as analogias existentes entre os ritos e a mitologia dos apapocuvas e dos tembés e os ritos e a mitologia dos seus remotos ancestrais, de modo a permitir que aqueles expliquem ou completem os antigos textos, embora, em muitos aspectos, não o façam totalmente.

Estimaria traçar um quadro exaustivo da religião de todas as tribos tupis-guaranis; se, todavia, cingi-me aos tupinambás, é que tal ambição me pareceu irrealizável. As lacunas são, nesse particular, bem numerosas e, lamentavelmente, irremediáveis. Da religião dos guaranis, mauês[maués], jurunas, oiampis, omaguas, etc., - só se conhecem fragmentos incapazes de servir para uma síntese. Canto semelhantes populações foram destruídas ou assimiladas, suas velhas crenças permanecerão, para todo o sempre, desconhecidas. É, pois,

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