o Velho Mundo, a então colônia de Portugal. Cresceu com a evolução natural do território florescente e o impeliu depois à emancipação, firmando-lhe o conceito de Pátria. E, mais: modificado o sistema de governo, passando o Brasil de colônia a Império, tais e tantas eram as suas prerrogativas que se transformara na Capital das Minas Gerais. Sessenta e sete anos após, ao sobrevir o regime republicano e transferirem a Belo Horizonte o título que lhe viera desde a implantação do sistema monárquico nacional, nem por isso ficou diminuída ante a posterioridade: é, hoje, cidade-museu do Brasil. Não há, a nosso ver não há, designação mais justa nem mais precisa. É cidade das mais representativas no quadro de nossa evolução social. Ressalta do conjunto das que contribuíram para a revelação da riqueza deste recanto sul do Continente. Natural, portanto, é que, de opulento tesouro de minas de ouro e de diamante, se transmudasse em fecundo tesouro dos tradicionais movimentos libertários da terra cabralina.
Recapitulemos, em síntese, o seu surgimento, que remonta ao ciclo econômico-social mais notável que tivemos: o da mineração e da faiscação. Mas, assinalemos de logo: revivendo tão expressivo período, como que sentimos o tropel de toda uma multidão de nativos e forasteiros em pleno arrojo da conquista do metal obsedante, conquista característica de uma época de aventuras novelescas pelos tenebrosos matagais do Brasil ainda despovoado. O episódio tem tonalidades indescuráveis no painel da evolução nacional. E é de tríplice aspecto, abstraída a prêa(*) Nota do Revisor do índio, porque não só o ouro acicalou a coragem e a ambição daqueles ciclopes formidandos, mas, igualmente, a prata e as esmeraldas. O metal branco e as pedras verdes foram também miragens deslumbradoras. Atraíram ao âmago da terra selvática os homens mais bravos e de maior reputação