Ouro Preto, o homem e a época

e a Corte. Daí as sugestões que de lá se dirigiram aos principais elementos do recôncavo da Bahia, do litoral de S. Vicente, do altiplano paulista e da zona centro-oriental, o Espírito Santo. Sugestões, a princípio, moderadas. Mais tarde, com alguma assiduidade. Por fim, com insistência, e tanta, que geraram o contágio, fustigaram as inteligências, atiçaram as vontades mais firmes, acenderam a cobiça. É que por lá, pela Europa, as notícias correram, com extraordinário efeito, sobre as amplas riquezas que se entesouravam ao Sul da América. Construíram-se lendas fascinantes, perturbadoras, sobre o Eldorado, que, diziam, ficava, com certeza, na Atlântida; e a Atlântida, por sua vez, ficava para as bandas dos alcantis das serras centrais da cidade de Manoa, que se estendia por entre o "pais do Amazonas e a terra do Maragnon", assentada em torno a um lago todo de prata, com as suas margens de prata, cavado num chão de prata, tão grande como o próprio mar oceano...(1) Nota do Autor.

Com tamanhas sugestões, chegou-se ao deslumbramento.

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