Ouro Preto, o homem e a época

Sabarabuçu, hoje por abreviatura Sabará, descobertos quase ao mesmo tempo, e do Ribeirão do Garcia, ou Gualaxo do Sul, encontrado quatro anos antes, representavam quantos haviam vagado no decurso de quase dois séculos pelos sertões agrestes, atraídos pela quimera da pedra, pela miragem da prata e pela rutilância do ouro, esta, afinal, conseguida. O contentamento era tanto maior quanto os achados foram de proporções inestimáveis. Ouro a valer! Ouro de pasmar! Em tal profusão, que as bandeiras se conglobaram para dar vencimento. Transformara-se, subitamente, o planalto central brasileiro. De zona rude e inteiramente deserta, passou, da noite para o dia, a aglomerado febril. Imagine-se que convergiram para ali, em dois anos, cerca de trinta mil lavageiros! E o ouro a jorrar, abundantíssimo. Quantidades fabulosas começaram a ser remetidas para além-atlântico.

E a Mãe-Pátria distante reanimara-se ao milagroso influxo do Eldorado, da Atlântida enigmática(16) Nota do Autor.

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