Melchior Dias descobre minas de prata, mas por elas é preso, e, quando se põe em liberdade e de novo afunda no sertão, morre subitamente(19) Nota do Autor. D. Francisco de Souza, senhor de Beringel e ex-governador-geral do Brasil, depois de ter incentivado a procura da prata, experimenta tamanhos revezes que, de tão pobre, não fosse a piedade de um teatino, teria morrido sem sequer uma vela para lhe porem às mãos(20) Nota do Autor. Houve, é verdade, os que enriqueceram. Mas foram poucos. A página é esdrúxula. Nem lhe faltaram as mais extravagantes figuras de embusteiros, como as de Moribeca, de João Leite de Barros, de Lopo de Albuquerque, de Manoel Lemos Conde, nem de intrujões, de que se salienta esse inquieto D. Rodrigo de Castel Blanco, nem de desalmados, como aquele Manoel de Almeida, o famoso "mata-bugre".
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Não obstante todos esses incidentes, todas essas aberrações, o Brasil foi crescendo através das entradas, que promoveram o desenvolvimento e a multiplicação gradativa de suas vilotas, de seus povoados, de seus distritos, de suas cidades. Expandiu-se e os seus chãos foram tomando feição diferente, as culturas reverdeceram áreas extensas, os campos floriram, as safras e os rebanhos se renovaram com vantagem para os agricultores e pecuaristas e para as populações que se foram formando e crescendo. E, como as demais falanges territoriais brasileiras, também Ouro Preto se foi ampliando, mercê das constantes imigrações de nacionais e estrangeiros. Recebeu, logo que a povoaram na febre da colheita aurífera, o nome de São João Batista de Ouro Preto, nome que