Ouro Preto, o homem e a época

conservara até 1711, quando à apelidaram de Vila Rica de Albuquerque. Nove anos mais tarde, passou a Vila Rica de Ouro Preto. Assim ficou denominada até 1823. Depois, dada a independência política nacional, para a qual tanto contribuiu, engalanara-se com o pomposo título de Cidade Imperial de Ouro Preto, ficando como capital da Província de Minas Gerais. Com o advento da República, os mineiros procuraram sítio mais amplo e menos escarpado para a sede do Estado, sendo, para tal fim, escolhida, em 1896, a vila do Curral del Rei, hoje Belo Horizonte.

Derivando evolutivamente de um dos mais ricos campos de mineração de ouro jamais estabelecido no interior das Gerais, tem a cidade de Ouro Preto características muito interessantes. Plantada às fraldas do norte do Vale do ribeirão do Tripuí, hoje ribeirão do Funil, cercam-na, de um lado, a serra atualmente denominada de Ouro Preto, cujo pico atinge perto de 1.600 metros de altitude, e, de outro, a majestosa cadeia de montanhas em que sobressai, altaneiro, o pico de Itacolomi. Assim cravada na serra, porém não muito longe das matas orientais e das terras banhadas pelo Atlântico, possui temperatura amena, que varia em média, entre 14 graus, no inverno, e 20 graus no verão. Desenvolvida em época em que o urbanismo tudo deixava a desejar, não apresenta as condições fundamentais da escolha de topografia adequada à boa higiene urbana. É irregular, estreita e sinuosa, o que bem reflete a desorientação construtiva da colonização portuguesa, quando as ruas eram abertas ao longo dos caminhos mais fáceis, ou das rotas mais curtas, trilhados pelos cargueiros portadores de mantimentos. Outro particular, próprio daqueles tempos: as casas foram edificadas muito próximas umas das outras, de sorte que só nos quintais, muitas vezes íngremes, pôde medrar a vegetação. Da zona central distinguem-se as igrejas - vinte

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