- Cale-se! Já ordenei que se cale!
O Conselheiro tinha os olhos chispantes. A voz saira fortíssima: Afonso Celso, a expressão comedida, respondeu:
- Faço mais do que me calar; retiro-me, conselheiro. Saiu e não mais voltou(27) Nota do Autor.
***
Fins de 1866. Estava com trinta e um anos incompletos, e ocupava a pasta da Marinha. O Brasil empenhava-se na luta contra o Paraguai. Às onze horas da noite, recebe em sua casa, em Laranjeiras, um correio, a cavalo, de parte do Imperador, lembrando-lhe a conveniência de aproveitar certo navio chegado à tarde, para levar os objetos pedidos pelo almirante Tamandaré, então no teatro da guerra.
Responde sem vacilar:
"Senhor: os objetos pedidos pelo almirante seguiram ontem. Fique vossa majestade tranquilo, certo de minha vigilância no pronto cumprimento de todos os meus deveres, mesmo quando não m'os lembram".
A impressão causada no soberano foi tão profunda que, às duas horas da manhã, volvia o portador com esta declaração:
"Senhor Celso: não fui bem compreendido. Sei que a sua vigilância patriótica é tão grande quanto a minha. Mas, nesta quadra de dificuldades e preocupações, devemos todos, mais do que nunca, ajudar-nos uns aos outros"(28) Nota do Autor.
Respostas dignas de ambos. Do soberano que tão belo governo realizou ao longo de meio século e do ministro