Ouro Preto, o homem e a época

que tão alto soube colocar-se pela probidade e eficiência administrativa.

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Ao assumir a pasta da Fazenda, em fevereiro de 1879, em substituição a Gaspar da Silveira Martins, vai à Câmara para expor a orientação que daria às questões econômico-financeiras do país. A certa altura da explanação, um deputado exclama, entusiasmado.

- Isso, sim, isso é liberal e é digno! Felício dos Santos ajuntou:

- Aí está onde eu já vejo algum melhoramento evidente.

Afonso Celso interrompe a oração para observar-lhes:

- Se V. Excias. fossem mais justos, haveriam de reconhecer que entre o novo ministro e seus distintos colegas não há diferença alguma...(29) Nota do Autor.

Dignificava, assim, a linha de conduta do partido.

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Dias antes, Bezerra Cavalcanti insinuara desprimor na atitude de Lafayette, ministro da justiça do gabinete Sinimbú, a que Afonso Celso pertencia. A insinuação era dessas que se tornam mais graves quando a pessoa atingida não responde imediatamente. Acontece que Lafayette não assistia à sessão, razão por que não poderia revidar de pronto. Afonso Celso, velho companheiro de Lafayette, amigo desde os tempos acadêmicos, conhecendo-lhe de perto a mentalidade, não se conformou com a intenção velada do acusador, e, no dia seguinte, como Lafayette não pudesse comparecer, ao assumir a tribuna

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