O Barão de Iguape; um empresário da época da Independência

X

APÊNDICE


1. Antônio da Silva Prado e a cobrança de outros impostos relacionados direta ou indiretamente com o gado

Além dos impostos pagos em Sorocaba, Antônio da Silva Prado se interessava por outros impostos que recaíam sobre o comércio ou sobre o trânsito do gado. Tais impostos lhe permitiam aumentar o volume de seu comércio de gado, já que muitas vezes recebia em pagamento animais, como acontecia com o dízimo. Além disso, a estrutura organizada para uma atividade podia ser aproveitada por outra, como é o caso, por exemplo, dos cobradores de alguns impostos nos Campos Gerais, que trabalhavam também como elementos de sua organização comercial. Convém acenar para esses outros impostos cuja cobrança fora arrematada por Prado, pois vêm provar seu profundo interesse por tudo o que dizia respeito ao gado nesses anos e à pesada tributação que recaía sobre os animais que passavam por Sorocaba. Conhecia perfeitamente as possibilidades de lucro que os contratos lhe podiam oferecer, além de lhe proporcionar os fundos necessários nas áreas produtoras ou nas invernadas. Além dos impostos relacionados ao gado, Prado também era contratante de outros impostos, como a meia sisa, a sisa e o imposto do banco, de cuja cobrança nos Campos Gerais incumbiu João da Silva Machado.

Em sociedade com este arrematou o dízimo de Curitiba, Lajes e São José dos Pinhais, em 1818, e o não terem arrematado os de Castro e Lapa deveu-se ao seu elevado preço. Ambos se interessaram pelos dízimos por serem pagos em espécie, de maneira que podiam contar com mais animais para seu comércio. Aliás, há constantes referências a gado recebido em pagamento ao dízimo. Apesar de perspectivas de bom rendimento, os sócios venderam os dízimos do triênio 1818-1820 de Curitiba, Lajes e São José dos Pinhais com um lucro de cerca de 56% (1)Nota do Autor.

O Barão de Iguape; um empresário da época da Independência - Página 181 - Thumb Visualização
Formato
Texto