Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, onde a agricultura, baseada principalmente na cana-de-açúcar e no café, está em franco desenvolvimento. É tal a importância que São Paulo adquiriu na "indústria do transporte", que Spix e Martius, nos fins da segunda década do século XIX, aconselham a quem quiser viajar pelo Brasil a dirigir-se primeiro a Sorocaba para se abastecer aí de bestas melhores e mais baratas. Da Corte vêm inúmeros pedidos de animais — bestas e cavalos — a serem comprados em São Paulo, ou melhor, em Sorocaba. Assim, por exemplo, o ministro Tomás Antônio de Vila Nova Portugal escreve em 1818 ao governo de São Paulo que a experiência tem mostrado "que dessa Capitania de São Paulo podem vir para o Serviço das Reais Cavalariças melhores cavalos e parelhas de bestas, e muito mais em conta, sendo ali comprados, do que comprando-se dos que vêm a vender no Rio de Janeiro". Pedia que na estação apropriada fossem enviadas parelhas para carroças e cavalos (11)Nota do Autor. Portanto, os campos que se estendem de Sorocaba para o Sul vão adquirindo uma importância cada vez maior no que se refere à circulação de animais.
Como o fator determinante do traçado do caminho do Sul fossem os campos existentes nessa parte do país, é óbvio que seu roteiro apresentasse poucas modificações no correr do tempo. Assim, salvo pequenas alterações, o caminho assinalado no livro de D. P. Muller, relativo a 1836, corresponde quase totalmente ao descrito por "um prático" em 1773 no que se refere ao traçado na província de São Paulo. Segundo o "Itinerário da Cidade de São Paulo para o Continente de Viamão", elaborado por "um prático" em 1773 por ordem do Morgado de Mateus, as principais balizas do caminho do Sul eram Sorocaba, Itapetininga, Jaguariaíva, Castro, Carambeí (fazenda Caranviy), travessia do rio Iguaçu, Curralinho, campos de Curitibanos, campos de Lajes, para, depois da travessia do rio Pelotas, dirigir-se aos campos de Viamão atravessando o ria das Antas e o das Camisas. O percurso assinalado em 1836 por Muller corresponde ao acima citado, as balizas continuando Sorocaba, Itapetininga, Castro ou Curitiba, Lapa. Segundo um mapa elaborado por volta de 1793, o roteiro até Lajes continua o mesmo; havendo a partir daí uma bifurcação: um caminho em direção aos campos de Vacaria e outro mais para leste, procura atingir os campos de Viamão, correspondendo, portanto, ao descrito pelo "prático", em 1773. Já foi referido que em 1811 se preferia atingir os campos de Viamão pelo "caminho novo da Vacaria" devido "à campanha aberta e continuada planície", que facilitava o trânsito dos animais. No mapa incluso nos