modo antagônico dessas duas modalidades de fontes que permitem a assertiva de que jornais e documentos oficiais se complementaram na reconstituição dos acontecimentos.
De todos os documentos oficiais — judiciários e policiais que nos interessaram, somente não conseguimos localizar o inquérito policial instaurado face ao assassinato do "Coronel" Carvalho, que não chegou a passar da fase policial para a judiciária, porque os réus foram assassinados uma semana depois. Mesmo assim, tivemos a oportunidade de contar com alguns dados desse inquérito, através de certidões dele extraídas e publicadas na imprensa da capital.
Como em todo o trabalho desta ordem, algumas situações permaneceram sem respostas, ou apenas parcial ou vagamente elucidadas. Felizmente estiveram nesse caso apenas implicações poucas — de interesse secundário. É o que ocorreu, por exemplo, com as ligações entre grupos e pessoas de Araraquara e da vizinha cidade de São Carlos. Os dados foram insuficientes para se estabelecer as relações políticas entre as duas cidades, relações que indiscutivelmente eram bastante ativas, como evidenciam muito claramente as frequentes referências na imprensa da capital.
Quanto ao roteiro que orientou a dissertação, obedeceu à seguinte ordem: no primeiro capítulo, após retratar de modo geral a cidade onde se desenrolariam os acontecimentos, através de alguns dados estatísticos e breve esboço da paisagem urbana, procuramos elucidar o jogo das forças políticas locais, com a demarcação das posições das lideranças face à política nas outras esferas, principalmente a estadual. Demos notícias a respeito dos principais componentes dos grupos situacionista e oposicionista, que acabariam se envolvendo no caso. Em seguida, relatamos os episódios, desde os seus antecedentes, com as razões próximas dos incidentes e suas implicações mais amplas.
No capítulo segundo, abordamos a evolução da questão, desde os incidentes em fevereiro até o julgamento dos acusados em julho, destacando-se como centro de nossa preocupação os mecanismos de que dispõe o sistema político, para pôr a salvo os que, no momento, detêm a prerrogativa de acionar os dispositivos desse sistema. Abordamos, também nesse capítulo, as manifestações populares que o caso acabou ensejando, na capital e em diversas partes do interior do Estado.
No capítulo terceiro, além de alguns aspectos da atuação do governo do Estado, que o encaminhamento do relato não possibilitou ou não exigiu abordar em outras partes, tratamos da exploração política em torno dos acontecimentos, em especial, a ferrenha