A consciência didática no pensamento pedagógico de Rui Barbosa

a ter necessidade de mão-de-obra semiespecializada, com o surgimento das primeiras indústrias, que se destinavam ao fabrico de produtos manufaturados, quando a indústria de guerra europeia suspendera suas exportações do Velho Mundo.

Contrariamente ao que possam pensar os detratores de sua obra ou de seu pensamento, Rui teve a concepção antecipadora da educação universal e popular para o povo brasileiro; ele viu, por meio de suas pregações educacionais, demasiadamente a multidão, para uma época de estratificação social ainda rígida. Por isso mesmo, a mocidade de hoje dificilmente compreenderá toda a sugestão dessa linha de pensamento ruísta.

Na tradição que ficou de seu saber jurídico, de sua extraordinária eloquência parlamentar, de sua cultura enciclopédica, de sua capacidade e coragem na defesa dos perseguidos políticos e oprimidos, tem de ser discernida também sua obra pedagógica, que visava, adequadamente, reformular um setor importante da realidade brasileira, com dados muitas vezes importados, mas retomados de modo novo e crítico e que marcaram, indelevelmente, o patrimônio cultural brasileiro no que temos de melhor. Representou, dessa forma, o primeiro grande esforço sistemático de um vasto plano de reforma educacional, na busca de uma expressão legítima da experiência singular de nação que, de sua complementaridade e dependência cultural, poderia se transformar num país de educação e economia nacionais independentes.

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