documentos não classificados, e por isso tivemos de percorrê-los um a um para encontrar os que para nós ofereciam maior interesse. Esse trabalho, todavia, nos foi sumamente proveitoso, pois permitiu um conhecimento mais claro e completo da Capitania e de seus problemas.
Além do Arquivo Histórico Ultramarino, pesquisamos no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde, ao lado de alguns Compromissos de irmandades de pessoas de cor, pudemos consultar as Ordens Régias e Alvarás de interesse para nosso trabalho, conservados nos Livros classificados como "Comuns dos Reis". A leitura do Livro de S. Domingos, que apresenta uma miscelânea de assuntos, em maioria manuscritos relacionados à vida desse Convento em Lisboa, proporcionou-nos muitas e valiosas perspectivas. Ali encontrámos notícias sobre a irmandade que estudamos, relações entre os brancos e pretos dessa confraria em Portugal e coisas semelhantes. Entretanto, como o Livro foi feito ao sabor das circunstâncias, tudo se encontra sem ordem e, às vezes, sem data.
Após trabalhar no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, passamos a consultar a documentação da Biblioteca Nacional de Lisboa, na Seção de Reservados, empreendendo, sobretudo, a leitura da "Coleção Pombalina", que contém material sobre a região dos diamantes e sobre Minas Gerais no Setecentos, além de questões referentes à vida dos escravos. Ainda em Lisboa frequentamos o Arquivo do Tribunal de Contas, onde se encontra importante documentação relativa à época em que a Real Extração governou o Distrito, com referências aos escravos e seus problemas.
Quanto aos demais Arquivos da cidade, oficiais ou particulares, não os exploramos por julgar mais proveitoso reservar nossos esforços para os citados, mais diretamente ligados a nosso trabalho.
Frequentamos o Arquivo Público e Biblioteca Distrital de Évora, proporcionando material que não havíamos lido nos Arquivos de Lisboa. O mesmo aconteceu no Porto, onde, na Biblioteca Pública Municipal, encontramos documentação de muito interesse.
Além de Minas Gerais e de Portugal, em S. Paulo pudemos também empreender alguma leitura de proveito, sobretudo do Códice Costa Matoso, que se encontra na Biblioteca Municipal dessa cidade.
A vasta documentação de que dispúnhamos nos levou a basear este trabalho quase inteiramente em fontes primárias, uma vez que não existem estudos específicos sobre o assunto. Apenas mencionamos na bibliografia os livros e artigos que foram diretamente aproveitados na elaboração desta pesquisa. Os demais, apesar de valiosos e importantes, não trataram de assuntos afins às questões de nosso interesse.