brancos, chegando a superar estas, conforme narra o lendário mineiro.
Também nas procissões, nas comemorações da Câmara e em outras solenidades havia o problema do lugar que cada irmandade deveria ocupar, pois a precedência era sinal de prestígio. As associações do homem de cor competiam com suas congêneres, tanto como as irmandades e ordens terceiras de brancos pretendiam cada qual vencer as similares, ocupando a posição que lhes parecesse mais eminente.
Isso não significa, conforme o dissemos, que haja rivalidade permanente. Muitas vezes as associações, mesmo inimigas, se uniam, procurando resolver problemas comuns, sobretudo fugir à ação das autoridades eclesiásticas ou civis. A partir da época pombalina, com a acentuação do regalismo, isso não deixou de acontecer, apesar da tentativa de se obterem isenções várias não passar do plano de luta individual.(9) Nota do Autor
Outra questão importante diz respeito aos contatos que uma irmandade mantinha com os grupos de igual invocação situados em outras vilas e arraiais. A falta de documentação não nos permite ajuizar claramente a respeito dos contatos do Rosário do Distrito Diamantino com suas congêneres. Mas o mais normal é que as fundações fossem empreendidas por grupos já existentes, que deveriam ajudar a nova associação até que esta pudesse agir por conta própria. O apoio de irmandade da mesma invocação explica a rapidez com que se difundiram as associações, surgindo mesmo em pequenos arraiais.
Em cada um deles, os altares e, posteriormente, os templos, darão a medida da riqueza e do prestígio da irmandade, mais do que qualquer outro aspecto. Daí o esforço de cada associação para construí-la e orná-la do melhor modo possível. Essas questões traziam longas discussões e os mais insignificantes pormenores são minuciosamente estudados, conforme verificamos através dos livros. Para a Irmandade do Rosário, o ser dona de uma igreja bonita, grande e igual às demais, é assunto de muito interesse. Tomando como exemplo a Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Arraial do Tijuco, atual Diamantina, encontramos a esse respeito vários exemplos bastante elucidativos.
Um deles diz respeito à localização. A igreja foi construída em ponto extremo do antigo arraial, próximo a um dos quartéis de Dragões que marcavam o limite do aglomerado urbano. Em