Cultura e sociedade no Rio de Janeiro (1808-1821)

CONCLUSÃO

"...on suppose qu'entre tous les événements d'une aire spatio-temporelle bien définie, entre tons les phênomènes dont on a retrouvé la trace, on doit pouvoir établir un système de relations homogènes: réseau de causalité permettant de dériver chacun d'eux, rapports d'analogie montrant comment ils se symbolisent les uns les autres, ou comment ils expriment tons un seul et même noyau central; on suppose d'autre part qu'une seule et même forme d'historicité emporte les structures économiques, les stabilités sociales, l'inertie des mentalités, les habitudes techniques, les comportements politiques, et les soumet tons au même type de transformation."

Michel Foucault, L'archéologie du savoir

A retórica inerente a toda a forma de discurso que se pretende persuasivo aconselharia neste momento a sintetizar. Onde se admite uma análise sem síntese, uma descrição sem explicação?

Não vou, contudo, escrever uma conclusão desse tipo, precisamente porque não partilho das habituais suposições a que alude Foucault na epígrafe citada. Entre as várias séries de eventos de uma área espaçotemporal (Rio de Janeiro, 1808-1821) não é possível estabelecer um sistema único de relações, sejam elas de causalidade ou de analogia. Essas séries nem mesmo podem ser consideradas como expressões de uma mesma "visão do mundo".

O que se passa é que os eventos se distribuem por séries, cada uma das quais dotada de uma historicidade própria, e é preciso que o historiador se habitue à coexistência dos tempos e à discontinuidade entre as séries. Problemática esta que se complica

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