INTRODUÇÃO À 2ª EDIÇÃO
O Recife acolheu por alguns dias, mestres dentre os mais ilustres, brasileiros e estrangeiros, de estudos socioantropológicos: pois foi onde se reuniu, em 1978, a Associação Brasileira de Antropologia. Cumpriu o Recife, mais uma vez, uma de suas vocações intelectuais: a de vir sendo uma recorrente presença nesses estudos. Que o diga a notável obra, relativa a assuntos afrobrasileiros, do atual presidente da Associação Brasileira de Antropologia, mestre René Ribeiro, à qual se juntam contribuições, também valiosas, de Ulysses Pernambucano de Mello, de Álvaro Ferraz, de Waldemar Valente, de Gonçalves Fernandes e, em dias recentes, e de modo brilhante, de Roberto Mota. São contribuições, todas essas, que, sucessivamente, vêm fazendo desta velha cidade continuadora dos estudos sobre o assunto iniciados na Bahia pelo sábio Nina Rodrigues. Continuadora e, de tal modo, retificadora de orientações desse insigne mestre maranhense, que, aqui, os estudos afrobrasileiros de Antropologia e de Sociologia vêm passando a adquirir, em alguns dos seus aspectos, talvez mais que noutras partes do Brasil, perspectivas adequadas a realidades e destinos sociais brasileiros que, segundo alguns, lhe vinham faltando sob a orientação de Nina Rodrigues e dos seus aliás ilustres discípulos imediatos.
O que, nos últimos anos, vem se afirmando sob estímulos a tais estudos vindos da Universidade Federal que tem aqui a sua sede e, atualmente, orientada por um reitor a quem não falta, no exercício de suas funções, visão de scholar ou de humanista científico: o felizmente mais-que-jurista Paulo Maciel.
O destaque que há anos vem sendo dado no Recife à correlação Antropologia-Ecologia coincide com aquela recentíssima ênfase entre scholars dos Estados Unidos e da Europa, no sentido da mesma correlação. Ênfase que consta do notável ensaio "Process, System and Symbol: a New Anthropological Synthesis", do