prof. Victor Turner, aparecido no último número de Daedalus, revista da Academia Americana de Artes e Ciências. Já há, nos Estados Unidos, uma Antropologia que se intitula Ecológica, ao lado das que se apresentam como principalmente Biológicas, Estruturais, Semióticas, Simbólicas, Aplicadas, a excessos de segregações ou de especializações que esse pluralismo antropológico sugere, opondo-se, entretanto, tendências para maiores inter-relações no estudo do Homem, quer dentro das Antropologias, quer no tocante às suas relações, quer com outras ciências, quer com as chamadas Humanidades. Inclusive com a Literatura e com as Artes, explicando-se que no referido número mais recente de Daedalus - o de setembro de 1977 - dê-se ao conceito de scholarship como perspectiva do estudo do Homem uma abrangência além da de estudo científico. Outra coincidência, além da que se refere a uma Antropologia Ecológica, com o que se pode considerar antecipação recifense nesse estudo. Recifense no sentido de brasileira.
Outra vez se diga que outra não vem sendo a tendência de scholars do Recife, nas últimas cinco décadas, em suas abordagens diversificadas, quanto a métodos e objetivos, mas sempre coincidentes nas suas combinações de humanismo com ciência, de temas que, se relacionando com a condição do Homem brasileiro, em particular, se estendam à consideração do Homem situado no Trópico, de modo mais geral, mas ainda ecológico, e, daí, à do Homem na sua condição mais ampla de Homem, o mais possível desadjetivado. Dessas abordagens podem ser salientadas, como exemplos, nova perspectiva além de literária, social, do romance brasileiro, por Olívio Montenegro; reinterpretações de figuras representativas da cultura brasileira como Farias Brito, Sílvio Romero e Euclides da Cunha, por Sylvio Rabelo; nova perspectiva da presença holandesa no Brasil do século XVII, por J. A. Gonsalves de Mello, além de trabalhos de notável interesse antropoecológico de Osvaldo Gonçalves Lima, Nelson Chaves, Maria do Carmo Tavares de Miranda, Aluísio Bezerra Coutinho, Ruy Marques, Mauro Mota, Barbosa Lima Sobrinho, Amaro Quintas, Renato Campos, Roberto Mota, Cruz Gouveia, Nelson Saldanha, Vamireh Chacon, Marco Aurélio de Alcântara. Vários outros, incluídos os deste conferencista com seus conceitos considerados válidos por vários, dentre antropólogos e sociólogos modernos, de homem situado no trópico, tempo tríbio, autocolonização, cocolonização, metarraça, morenidade, patriarcalismo brasileiro e suas renovações de metodologia como a interdisciplinar aplicada à reinterpretação