O escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX

da formação social brasileira, a da valorização antropossociocultural dos anúncios de jornais, a de hispano e lusotropicalismo, a de um esforço brasileiro de contribuição conjunta para o desenvolvimento de uma Tropicologia, e, ainda, a de um maior interesse pelo que em culinárias ecológicas, como as do Brasil, é expressão psicocultural, a tentativa de conciliar, em seminovelas, tanto quanto em biografias sociológicas, o novelesco unamuniano com o ânimo cientificamente social de evocação por empatia, de passados imaginativa ou realmente pessoais em suas ligações com fenômenos ou situações coletivas. Está assim o Recife entre os atuais centros de estudos antropossociais, sociológicos, histórico-sociais, que concorrem de alguma maneira para que, no nosso país, esses estudos se mantenham atuais e, sob alguns aspectos, criativos.

Não deve ficar sem destaque, em conexão com a presença do Recife nos estudos brasileiros de Antropologia, o pioneirismo de Ulysses Pernambucano, como fundador de uma escola brasileira de Psiquiatria Social, de valor destacado pela Sorbonne ao doutorar um seu colaborador em iniciativa tão altamente honrosa para a ciência brasileira: iniciativa a que estiveram também ligados os, além de psiquiatras, antropólogos René Ribeiro e Gonçalves Fernandes, o africanologista Waldemar Valente. Nem se deixe de recordar o trabalho realizado, também pioneiramente, no Recife, no setor da Biotipologia, pelos médicos Álvaro Ferraz e Andrade Lima, tendo o primeiro continuado seus estudos biotipológicos entre escolares da capital de Pernambuco, em ligação com o Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais. Nem o de Estêvão Pinto sobre os fulniô, de Águas Belas.

Registre-se de Ulysses Pernambucano de Mello que realiza, atualmente, pesquisas em achados em barco afundado no século XVII na costa da Bahia, tendo já identificado relíquias holandesas do mesmo século na área de Suape, no litoral de Pernambuco. Lembre-se, mais, a pioneiríssima pesquisa em torno de tipos socioantropológicos de personagens de romances, por grupo de estudantes da Universidade Federal de Pernambuco junto a auxiliares de pesquisa do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, sob a direção do coordenador de outro órgão universitário do Recife, ligado a estudos de Antropologia e já de renome no estrangeiro: o Seminário de Tropicologia da mesma Universidade Federal de Pernambuco. Órgão através do qual está se processando uma nada insignificante contribuição brasileira para a fundação

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