lhe não querem fiar, e é forra para poderem fornecer os seus engenhos haver de vir em tudo o que quer quem lhes vende os gêneros e nesta forma cobram, e quando chega a partida da frota fazem com os oficiais da Câmara que ponham preço os açúcares por preço subido e por este preço o embarcam os correspondentes e ainda os ministros pagam os gêneros que atravessaram e os pobres dos senhores de engenho não lucram a metade deste preço que pedem à Câmara, e assim se perdem todos.
Pondo-se o preço do açúcar por lei no Rio de Janeiro a seis tostões o somenos e o melhor a oito, ficará sendo o preço do meio a sete, e estes atravessadores não poderão gozar de mais de um tostão ou dois em cada arroba, e não faça dúvida, o dizer que não o beneficiarão e procurarão fazer o melhor, pois têm a melhoria de dois tostões, que é o que vai de seis a oito, e é certo que os engenhos do Brasil, os açúcares que neles se fazem têm já assentada reputação e conforme a que têm, têm o crédito para lhes fiar, porque o engenho que faz o bom acha tudo o que é mister fiado, e Vossa Alteza com este preço nos açúcares e com a pragmática do primeiro ponto conservará aquele Estado e aos homens de negócio deste reino lhe terá conta, pois lhe ficam os seus gêneros livres e é engano manifesto o dizer-se que, ficando livres os gêneros, aos moradores se há de pôr taxa aos açúcares, porque este preço não serve mais do que atalhar as onzenas e acode Vossa Alteza aos necessitados, porque o senhor de engenho que não for necessitado nem depender de pedir fiado, quem o obriga a que o venda por preço mais baixo, nem ainda pelo mais alto, e quem lhe ata as mãos para que o embarque por sua conta, e sendo em Pernambuco de sete para nove e na Bahia de oito para dez os desempenhados se o quiserem vender gozarão de maior preço e os empenhados gozarão do menor e alguns dos do meio que estes até o presente que sejam a maior parte não gozam em nenhuma daquelas praças deste último preço.
Que fala com experiência, porque vindo para o reino valendo o açúcar a 850 réis e a nove tostões no Rio de Janeiro, eles tomarão a 420 e entende ele Salvador de Sá e em sua consciência que Vossa Alteza faz uma grande mercê àquele Estado em lhe pôr o preço dos açúcares para que lhe sirva de moeda, e que o hão de abraçar em geral, e no outro ponto não só às conquistas mas a este reino para se conservar o pouco dinheiro que nele há, de onde também padecem os empenhados, pois se experimente venderem seus frutos antes de chegar a concho e