A produção de ouro das Gerais desde 1745 apresentava sintomas de redução, porém, a das minas goianas manteve o ritmo de crescimento na extração aurífera brasileira. Entretanto, no quinquênio de 1755-59 a mineração em Goiás começou a declinar, e entre 1760-64 esboçou-se a primeira inflexão violenta na produção brasileira, precipitando-se no quinquênio seguinte, 1765-69.
Imediatamente a crise na extração se refletiu nas aportagens do ouro a Lisboa, sobretudo entre 1755-60 (Gráfico n.° 5).
A partir deste momento, a crise do ouro se ramificou pelos setores a ele relacionados. O reflexo foi instantâneo nas relações comerciais anglo-portuguesas. Em 1762 as importações de Portugal sobre a Inglaterra começaram a se contrair (Gráfico n.° 6) e já em 1765 reduzia-se o déficit na balança de comércio anglo-português (Gráfico n.° 7).
A redução da importação da Inglaterra afetou simultaneamente a cobrança da taxa das entradas nas Minas Gerais, diminuindo os proventos da Coroa portuguesa oriundos dos impostos sobre as mercadorias importadas pelas Minas (Gráfico n.° 2).
Acompanhando a contração da economia do ouro e do comércio com Portugal, as reservas de metal precioso do Banco da Inglaterra passaram de quatro bilhões de libras em 1756 para 367 milhões de libras em 1763. Até 1774 permaneceram entre um e dois bilhões de libras.
Ao lado da crise do ouro alinha-se a crise dos diamantes, no início da década de 70. A partir de 1772 começa o declínio da atividade diamantífera no Brasil, porém, a crise mais grave foi a dos contratos de venda que, tendo atingido 91 mil quilates em 1766, em 1771 caíram para 35 mil quilates, enquanto o preço permaneceu inalterado, ou seja, 8.600 réis o quilate.
A redução na exportação de ouro e diamantes para a Inglaterra e, consequentemente, a redução na importação de manufaturados britânicos, refletiu-se na diminuição da presença da bandeira inglesa no porto de Lisboa. De 63% do total de navios entrados no Tejo em 1770, esta porcentagem passou a apenas 16% em 1781.
A crise da extração do ouro no Brasil, acionando a contração dos setores a ele interligados, desencadeou a crise que entorpeceu a economia luso-brasileira entre 1763-80. Entretanto, esta