em que, primeiramente o ouro em pó e em seguida a moeda cunhada nas várias Casas da Moeda estabelecidas no Brasil passaram a circular no mercado interno brasileiro, desencadeando a alta nos preços, consequência da enorme procura e reduzida oferta. Como a administração estabelecia oficialmente os preços dos gêneros, desenvolveu-se no Brasil um comércio marginal, verdadeiro mercado negro que, infelizmente, por ser considerado ilegal não possui documentação seriada, mas ao qual em vários documentos encontramos referência.(9) Nota do Autor
A atividade mineira, o crescimento urbano e demográfico criaram condições para que se formasse, pela primeira vez na evolução do Brasil, um mercado interno estimulado pelo aumento do meio circulante e pelo aumento do poder aquisitivo da colônia em geral e, em particular, das regiões mineiras.
É importante observar que a predominância do ouro na economia brasileira alterou profundamente a situação do colono em face da economia mundial. Enquanto o açúcar foi o produto dominante, o colono dependeu das notícias das frotas para saber as cotações do seu produto e, conforme as oscilações do preço, podia ele comprar mais - ou não comprar - os artigos de que necessitava e aqueles que o comércio europeu lhe impunha.
Na economia mineira, o colono era o detentor do capital, e as frotas passaram a depender das necessidades do consumidor. Assim, além de se alterar a natureza do comércio, uma vez que a elevação do poder aquisitivo do mineiro provocou a sofisticação do mercado brasileiro, as frotas permaneciam muito mais tempo nos portos brasileiros, aguardando a venda de sua carga para poder retornar à Europa. Além disto, as exigências do mercado consumidor ditavam os tipos de mercadorias que da Europa deveriam ser enviadas para os portos brasileiros.
Aumento demográfico, surto urbano, expansão geográfica, aumento do meio circulante, aparecimento de um mercado interno