linguagem, pelo desenvolvimento do assunto, pela revelação de cultura.
Mas, não é só.
Deve-se a Os Sertões o merecido relevo dado à campanha de Canudos. Foi a sua obra que suscitou o estudo constante e dedicado da guerra e de outros fatos a ela ligados.
Mesmo os que se limitaram a repetir ou meramente comentar as afirmações de Euclides, tanto aqui quanto no estrangeiro, alimentaram vivo o assunto principal da sua obra. Alguns outros, muito poucos, foram além, ao penetrarem em investigações propiciadoras do conhecimento de novos fatos.
CRÍTICA A OS SERTÕES
Quando recebeu as provas do seu livro, Euclides foi a Campinas a fim de submetê-lo à crítica de Coelho Neto, àquele tempo lente de literatura no Ginásio Culto à Ciência. Aliás, o preciosismo vocabular e algo do seu estilo revelam a influência de Coelho Neto. Relata este último as peripécias das duas primeiras visitas, diríamos melhor do ensaio das visitas, que foram frustradas, a segunda das quais pela timidez de Euclides.(3) Nota do Autor
Afinal, no dia seguinte, na residência do notável orador campineiro César Bierrenbach, amigo de ambos, Coelho Neto ouviu a leitura de Os Sertões, das oito da noite às três horas da madrugada. Leram-nos, alternadamente, o próprio Euclides e César Bierrenbach.
A tudo assistiu o cientista campineiro José de Campos Novais.(4) Nota do Autor
Este último foi, aliás, dos primeiros críticos da obra, crítica construtiva, apontando erros e lacunas, do mesmo passo que lhe não regateia elogios os mais rasgados.(5) Nota do Autor