Antônio Conselheiro e Canudos

Há cabras de todos os lados, soltas, selvagens, "a peste da região", segundo analista minucioso.(11) Nota do Autor Ora, a cabra é a vaca do pobre.

Há por ali sal da terra, salitre e até algum enxofre. E matas à margem das estradas.(12) Nota do Autor

A este propósito refere-se o estudo da Escola de Comando do Estado-Maior do Exército, se bem que lhe emprestando outro sentido, que certamente não esteve nos desígnios de Antônio Conselheiro. Diz assim: "As margens das estradas, na proximidade da serra de Cocorobó, apresentavam matas espessas, que se prolongavam pelos desfiladeiros das serrarias, tornando assim a região eminentemente apta a emboscadas e propícia à resistência. Terreno apropriado à guerrilha, permitia não só a proteção de numeroso exército, como também a possibilidade de um grupo de homens poder barrar força ponderável."(13) Nota do Autor

Este relato precede a notícia do combate em que foi ferido gravemente o general Claudio do Amaral Savaget, comandante da segunda coluna.

Mas, não devo desviar-me do assunto.

Voltando ao que dizia, reafirmo que o Conselheiro não é nenhum inexperiente e conhece de sobejo a região, para escolher acertadamente a outrora fazenda de "abastada família deste Estado".(14) Nota do Autor

Sem perda de tempo, os novos habitantes da nova Belo Monte vão organizando cercado para reunir cabra selvagem. Limpam os pastos.

Manoel Benício, durante a guerra, "viu as margens frecas do rio cultivadas com plantações e diversos legumes, milho, feijão, grogotuba, favas, batatas, melancias, jerimuns e melões e canas".(15) Nota do Autor

Nos vales mais fundos e úmidos(16) Nota do Autor (ali a fazenda chamava-se Canudos em virtude do "terreno em derredor ser completamente acidentado, formando verdadeiros canudos"(17)) Nota do Autor

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