Antônio Conselheiro e Canudos

Descreve minudentemente a vila e a casa do canudense. As casas "cobertas de barro branco. Os tetos de algumas eram de folhas de icó e palha cobertos de barro também branco com pedrinhas roliças".(33) Nota do Autor

A cabra na economia canudense

Antônio Conselheiro é o chefe daquele grande aglomerado humano que para ali conduziu e cresce de maneira vertiginosa.

Depois de quanto já referi, importa conhecer como vivem todas aquelas famílias. Constroem igreja grande em lugar da capelinha encontrada. Ao receber as chaves do templo, o Conselheiro profere o discurso aqui publicado com as suas prédicas(34) Nota do Autor (página 170). Inicia logo nova igreja, cuja construção, em ritmo acelerado, foi bombardeada pelo exército. O pároco de Cumbe, a que pertence Belo Monte, tem casa aqui. A escola localiza-se na Rua da professora.(35) Nota do Autor

As mulheres, velhas e moças, têm ocupação afanosa. Com o que encontram na caatinga fabricam tecidos para roupa, redes etc.(36) Nota do Autor "Malhos de ferreiro batendo em bigorna na fabricação de facas, foices, chuços, machados" etc. (37) Nota do Autor Enfim, não falta o essencial à população de Belo Monte.

Donde lhe vem a renda necessária às despesas de tão grande população?

Só um ingênuo dirá que vive de esmolas ou do pouco que acaso dão ao Conselheiro os que chegam trazendo o magro produto da venda das suas propriedades. E não são muitos. Ora, o que se sabe é que acorrem à sua proteção os despojados dos seus bens pelo fisco, por chefetes políticos, por soldados. Conservam consigo o que acaso escapa àquela violência. O Conselheiro nada lhes pede.

Asseveram outros que os canudenses pilham fazendas vizinhas, onde gatunam, impondo-se pelo terror. Não é possível

Antônio Conselheiro e Canudos - Página 212 - Thumb Visualização
Formato
Texto