Antônio Conselheiro e Canudos

Num dos morros do povoado vão buscar a casca da favela.(53) Nota do Autor Por extensão de sentido aplica-se ao morro o nome dessa árvore ali abundante e cuja casca tem bom emprego na indústria do curtume. E, após a guerra de Canudos, no Rio de Janeiro, passaram a denominar favela a toda e qualquer casaria paupérrima situada no dorso dos morros.

É também nativa ali a faveleira, de folhas urticantes, mas que, depois de secas, o gado aceita-as como alimento.(54) Nota do Autor

As tarefas do surrador e do curtidor segue-se a arrumação em fardos, uma vez as peles salgadas e secas. Buscam agora o caminho da exportação, transportados no lombo de jegues.

Ao que parece não é nunca regateado o estipêndio do trabalho. É compensador e vem coroar o esforço do povo laborioso, que tudo deve ao governo do Conselheiro, junto à paz e segurança desfrutadas.

A importância de Juazeiro da Bahia

O destino imediato só pode ser Juazeiro, o empório do sertão do São Francisco, como o denomina Teodoro Sampaio.(55) Nota do Autor É a capital do comércio de toda a zona e onde está a estação de embarque por estrada de ferro para o porto do Salvador.

Teodoro Sampaio insiste: "Cresceu e se constituiu o foco mais poderoso da civilização e da riqueza desta parte do Brasil".(56) Nota do Autor

"As suas construções, em que se procura observar certo gosto arquitetônico, a sua nova e boa igreja matriz, o teatro, uma grande praça arborizada, ruas extensas, comércio animado, porto profundo e amplo, exibindo verdadeira frota fluvial, população alegre e ativa de mais ou menos três mil habitantes, davam-nos a impressão tão favorável de progresso, de riqueza e de atividade que nos alegrava".(57) Nota do Autor

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