"Apesar da distância e dos meios de transporte e das dificuldades vencidas chegam aqui as mercadorias europeias por preços bem razoáveis e ainda suportam com vantagem o frete adicional para lugares mais distantes."(58) Nota do Autor O rio tem 750 metros de largura.

Em Juazeiro reside e exerce suas atividades comerciais o benemérito e benquisto cidadão coronel João Evangelista Pereira e Melo. É ele comissário de Antônio Conselheiro. Para a primeira igreja de Belo Monte compra o tabuado encomendado, paga-o e despacha a madeira pelo rio de São Francisco abaixo, até o Jacaré, sítio que dista de Juazeiro cerca de cem quilômetros. "Ali o Conselheiro aguardava a chegada de sua encomenda, que fez transportar para Canudos à cabeça dos devotos (sic), desde muito dispostos a semelhante sacrifício."(59) Nota do Autor

O mesmo comissário comercial de Antônio Conselheiro compra e paga a madeira para a igreja nova, a segunda igreja construída em Canudos pelo Conselheiro.

Não pode haver dúvida de que o mesmo coronel João Evangelista Pereira e Melo é que se incumbe de negociar e despachar para Salvador as remessas de peles de cabra de seu comitente.

Convém, neste passo, recordar duas circunstâncias importantes, elucidativas do início da guerra de Canudos.

O Dr. Arlindo Batista Leoni (1869-1936), juiz de direito, ao ser removido para Juazeiro, em 1896, conta vinte e sete anos e ali permanece somente até o ano seguinte. Foi o causador da guerra, como vimos neste livro.

O coronel João Evangelista Pereira e Melo é natural de Juazeiro, pessoa estimadíssima e respeitada pela posição elevada que soube conquistar na sociedade e no comércio da sua terra, diretor das principais associações recreativas, literárias, comerciais e de assistência social. Em sua casa foram fundadas algumas destas sociedades. Salienta-se na presidência do Clube Comercial. Antes da guerra de Canudos, já é dada a uma Rua de Juazeiro o nome do coronel João Evangelista.(60) Nota do Autor