Antônio Conselheiro e Canudos

O couro de cabra não deixou nunca de dar boa receita ao estado da Bahia. No princípio da República é grande a renda da exportação em geral. As mercadorias de exportação são guardadas no Trapiche Novo, que é alfandegado.

Existem em 1892, na praça da Bahia, onze casas exportadoras, das quais uma nacional, quatro alemãs, três inglesas e três americanas, estas "negociando somente em peles, principalmente de cabras". Funcionam também trinta casas de comissões que comerciam por conta própria e de terceiros.(64) Nota do Autor

É bem organizada a venda por conta dos comitentes e a função de intermediário dá compensadores resultados.

Goes Calmon arrola mais de uma centena de comissários em Salvador.

Torna-se difícil encontrar o nome do exportador ou o do comissário de Antonio Vicente Mendes Maciel ou o do representante do coronel João Evangelista Pereira e Melo. Deve figurar, porém, nalgum documento do Arquivo Público da Bahia, onde foram depositados os antigos papéis da alfândega naquele estado.

Mais uma informação: "Há quatro depósitos de couro, sem incluir as três casas que exportam peles de cabra e outras peles."(65) Nota do Autor

Parece-me que a tarefa do historiador é difícil, mas não impossível. Confio em que este ponto também há de ser esclarecido. Não é em vão que o preclaro César Zama, de tamanha atuação na vida pública nacional, afirma peremptoriamente, referindo-se a Antônio Conselheiro e sua gente: "brasileiros que se entregavam à indústria agrícola e pastoril. Canudos era a povoação mais numerosa talvez da Bahia, depois da Capital."(66) Nota do Autor

E acrescenta: "Aquela povoação proporcionava ao estado pingue fonte de receita do imposto de exportação sobre peles."(67) Nota do Autor

Na discriminação de rendas da Constituição federal de 1891, cabe aos estados o imposto de exportação.

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