Desafio americano à preponderância britânica no Brasil: 1808-1850

INTRODUÇÃO

"...mal que contagia a humanidade, ao qual chamamos Democracia e que nos Brasis é denominado Liberalismo, enquanto na Inglaterra chama-se Reforma(*) Nota do Autor..."

Olhando-se o mapa das Américas e pensando-se nelas como fronteira(1) Nota do Autor, em direção à qual transbordaram os homens da Europa em expansão durante séculos a fio, acode ao espírito a profundidade da despretensiosa observação citada acima. O viajante sulino que a fez alude a Democracia, Liberalismo e Reforma, diferentes denominações de um mesmo impulso humano, tanto no Brasil como na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Retratando essa frase, realidade corriqueira de seu tempo, Mathews ressalta, precisamente, uma das mais fortes motivações deste trabalho e, por isso, foi-lhe atribuída a tarefa de abrir considerações e problemas a serem aqui tratados.

Não serão tais problemas limitados a indagações de caráter político, porquanto assim procedendo cuida-se poder tratar com maior propriedade o tema escolhido. A documentação e as informações aqui trazidas certamente irão expor "características da verdade histórica anteriormente não notadas(2) Nota do Autor", tarefa considerada importante por Th. C. Cochrane, o qual, abordando o tema das relações entre a História e a Sociologia, aponta a validez relativa de prosseguir incólume o modelo teórico inicial do historiador, que afere dados concretos enquanto manipula achados empíricos.

Aspectos da verdade histórica anteriormente não notados aqui surgirão certamente. Labora-se em campo pouco estudado no Brasil, pois não há ainda entre nós um estudo global das relações com os Estados Unidos durante o século XIX. Não existe mesmo número

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