França, aprovou totalmente o teor da carta que seria enviada ao governo imperial, explicando o tratado do Texas(48). Nota do Autor
Há muito pouco a se acrescentar aos comentários e recomendações de Calhoun, para insinuar que a escravidão era um elo nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Eles falam por si e mostram como o governo de Washington, em determinadas ocasiões, soube explorar esse fato, na ânsia de subtrair o Brasil à influência europeia, e britânica em particular. Há ainda o fato significativo de que, após 1865, o argumento de haver a escravidão terminado nos Estados Unidos é comum entre os abolicionistas brasileiros, porém a falta de sinceridade britânica no assunto continuava a ser bom argumento para os antiabolicionistas. De fato, enquanto Palmerston pressionava o Brasil na questão servil, jogava com a Confederação Sulina até ó último instante.
Tanto assim que "no verão de 1864 o general Grant lançava sua ofensiva contra Lee na Virgínia. Havia, porém, rumores (na Grã-Bretanha) de que Lincoln não seria reeleito e uma espécie de compromisso pacífico com o sul talvez se fizesse necessário. Sondado pelos agentes dos Confederados, Palmerston começou a dar a entender aos partidários destes no Parlamento que ele talvez viesse a reconhecer a Confederação. De setembro a dezembro mudou definitivamente a sorte dos exércitos nortistas e, prestes a sucumbir, os sulistas resolveram admitir escravos negros em seus batalhões, prometendo-lhes liberdade. Mason, o representante sulino em Londres, procurou em desespero saber de Palmerston se este reconhecia, de fato, o Sul Confederado, já que esse se predispunha a abolir até a escravidão. Era março de 1865, poucas semanas antes da vitória final de Appomatox e do fim da Guerra de Secessão. Palmerston respondeu ao sulino que a existência da escravidão não teria impedido o seu apoio aos Confederados. Já era, entretanto, tarde demais(49)". Nota do Autor
Convém lembrar, porém, ter a mudança de secretários de Estado, bem como a mudança de administração, nos Estados Unidos, comandado a veemência com que o argumento escravidão foi usado pelos americanos contra os britânicos no Brasil.
A mudança da administração Tyler para a administração Polk não teve tanta repercussão nesta questão, como a nomeação de James Buchanan para secretário de Estado. Enquanto secretários anteriores como Abel Upshur, John Nelson e William S. Derrick não fizeram diligências visivelmente interessadas com vistas à extinção da participação norte-americana no tráfico brasileiro,