visando ao mesmo tempo preservar a integridade territorial da nação. O esforço modernizador do Segundo Império como que se dispôs a mostrar a compatibilidade da presença de um Executivo forte e centralizador — controlado por uma autoridade firme e magnânima — com a consecução do progresso material de uma nação do Novo Mundo.
Não era assim que funcionava o sistema britânico, cujo aparato exterior tanto se imitou no Brasil na segunda metade do século XIX. Nem tampouco originou-se da Grã-Bretanha o impulso modernizador que alentou todo este esforço do Império, pois os serviços de transporte, iluminação e outras benfeitorias que aqui instalaram os seus capitalistas conservavam ainda características de "investimento no além-mar", controlados da matriz britânica, para lá carreando os proveitos e aqui declarando as perdas em detrimento do investidor brasileiro que tentasse associar-se a qualquer destes projetos, como aconteceu com Mauá.
O estabelecimento da modernização no Brasil ainda espera por novos estudos, apesar de um importante que já foi feito(15). Nota do Autor
Não é, porém, procurando principalmente arrolar os instrumentos materiais desta modernização que será possível estudá-la detidamente. Cumpre analisar sua mística, perscrutar seus impulsos e traçar-lhe o perfil em matéria de mentalidade. Esquadrinhar o que havia por detrás do fluxo de capitais nacionais que o alentou será talvez tão importante quanto esmiuçar os fatos que o estruturaram.
Não será impossível encontrar no desafio norte-americano à preponderância britânica no Brasil, na primeira metade do século XIX, algumas sugestões neste sentido.