A Revolta dos Marinheiros, 1910

afundados pelas guarnições, levando-as consigo para o íntimo das águas.

Estas eram as disposições dos revoltosos.

Sr. Comandante Alencastro Graça, quando V. S. escrever algo a respeito da revolta dos marinheiros não vos esqueçais de realçar a personalidade de Francisco Dias Martins, como revoltoso; nem tão pouco a bravura e heroicidade do Tenente Mario Alves, do Comandante A. C. Gomes Pereira e seus oficiais, e do Comandante Batista das Neves e do guarda-marinha que o acompanhara, todos eles bravos e dignos oficiais que souberam cumprir com desprendimento da vida, os seus deveres militares.

Não deve haver, na digna e ilustre oficialidade da Armada nenhum sentimento de rancor para com os marinheiros ex-revoltosos, que não se revoltaram contra seus oficiais, mas sim, contra um estado de semiescravidão que vinha dos primórdios da Marinha Imperial, e que só pelas armas, poderia ser abolido, como foi.

Hoje, marinheiros e oficiais, num regime de liberdade e mútua compreensão de deveres, podem viver dentro da disciplina e da ordem, como irmãos e amigos, no empenho do engrandecimento da Armada e com o objetivo principal da defesa da Pátria e suas Instituições.

Do mesmo ex-marinheiro."

A Revolta dos Marinheiros, 1910 - Página 234 - Thumb Visualização
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