Geografia Nacional, atribuindo a Frederico Edelweiss a árdua tarefa de anotá-la.
Certamente, nenhum dos seus estudos críticos teria então, parecido tão severo quanto os alusivos à tarefa a que nos estamos referindo, seja pelo caráter pouco combativo do nosso povo, seja pela quase conivente atitude dos nossos intelectuais em relação aos trabalhos elaborados por aqueles que adquirem notoriedade.
Àquele estudioso pertinaz, de índole combativa, todavia, antes importava aproveitar a oportunidade que lhe oferecia de emendar tudo quanto lhe parecia digno de corrigido, o que fazia contundentemente, sem rodeios, respeitada embora a autoridade do autor, que ele apreciava sinceramente.
Não lhe interessava, então, os melindres dos que se sensibilizavam com suas arrazoadas observações críticas.
Aliás, vale ressaltar que, a partir daquela data, 1955, sempre se ocupou em acrescer, de notas corretivas, a obra que desejava escoimada de justificáveis enganos. A essa tarefa, pois, entregou-se até as proximidades dos seus derradeiros dias o infatigável pesquisador.
Em nota manuscrita encontrada no volume em que, pacientemente, apunha novas observações, o próprio Edelweiss assim se pronuncia: "A quarta edição, publicada pela Câmara Municipal de Salvador, em comemoração do primeiro centenário de nascimento de Teodoro Sampaio, não foi exposta à venda, destinou-se exclusivamente à distribuição, que, embora farta, nem de longe corresponde à crescente avidez dos interessados.
Uma nova tiragem não parece, assim, fora de propósito.
Nela, as notas foram parcialmente ampliadas, retificados alguns senões de várias ordens, que, pelo atropelo de última hora, não puderam ser evitados na precedente. Bastaria isto para justificar esta quinta edição, se, por outro lado, a persistente procura não estivesse a exigi-la".
Em 1957, é publicado seu primeiro estudo sobre a segunda conjugação tupi, tema que de há muito tempo despertara o seu interesse de tupinólogo, intitulando-se "Considerações em Torno da Segunda Conjugação Tupi". Sobre o mesmo registra-se a seguinte informação: nas primeiras linhas do texto, F. E. sustenta categoricamente que, embora os antigos mestres dos dialetos tupi-guaranis tenham atinado para a existência de dois sistemas conjugativos, não chegaram, contudo, a definir o caráter da segunda conjugação. Deste modo, no seu entender: "Retomar o fio de tão palpitante capítulo, esmiuçá-lo à luz moderna da Ciência da Linguagem, cabe assim à nova fase dos estudos tupis encetada em nossas universidades. É a ela que a exposição a seguir quer servir de despretensiosa sugestão".