E, cada vez mais desenvolvendo o seu ponto de vista numa transparente tessitura de indiscutível argumentação, declara: "Inversamente, haverá quem ponha em dúvida a legitimidade dos nomes neolatinos por desconhecerem a declinação". E mais: "Erigir adjetivos em verbos, porque verbalmente melhor se transladam a português, é, pelo menos, falsear a verdade. Nenhuma palavra imediatamente precedida de xe subjetivo está em função verbal".
Vemos assim, conforme foi anteriormente ressaltado, que, na própria introdução ao trabalho, o autor antecipa as questões fundamentais desenvolvidas no curso da obra.
Permitimo-nos comentar, do supracitado livro, o capítulo intitulado "Das categorias de palavras e do seu contato", que se inicia com reflexões sobre o aspecto racional das categorias gramaticais. Referindo-se, particularmente, às interjeições, Edelweiss menciona que se constituem numa criação dos mestres latinos e que, apesar da sua importância, diferem profundamente das demais, sob diversos aspectos, destacando: "restringe-se a determinados setores da linguagem, é holofrástica, foge à morfologia e chega a violar as próprias leis fonéticas da língua a que pertence".
Ressalte-se, em seguida, o cuidadoso exame a respeito da utilização do possessivo pronome, na conjugação dos nomes, com ênfase na afirmativa de que "no tupi (e poderíamos dizer com igual propriedade: na família tupi-guarani) não se conjuga somente o verbo, mas também o nome e este tão diretamente quanto o verbo, ou seja, sem interferência de conetivos.
Mas a conjugação do nome difere da verbal no emprego do pronome.
O verbo, em seus modos de caráter legitimamente verbal, exige o uso de pronomes especiais, que chamaremos de partículas pronominais.
O nome pede outros pronomes e esses, além de complementar obrigatoriamente a partícula pronominal em certas modalidades conjugativas do verbo, preenchem ainda as funções de pronome oblíquo".
Ainda aí o crítico procura chamar atenção para a existência de muitas interpretações errôneas sobre a questão, informando, inclusive, que Lucien Adam não havia entendido o duplo sentido objetivo e subjetivo, na língua cariri.
Não se cingindo, pois, ao exame único da língua tupi, Edelweiss discorre sobre os pronomes pessoais independentes, o verbo conetivo do cariri, estabelecendo aproximações entre aquele idioma e o tupi, no que se refere ao sistema intermediário de conjugação.
A fluência com que examina múltiplos e emaranhados problemas da gramática brasílica, a exemplo da adjetividade dos verbos intransitivos