O tupi na geografia nacional

e de alguns intransitivados, os substantivos compostos adjetivados, conduz-nos a reafirmar o que temos, tanta vez, declarado - ter sido aquele Mestre o maior conhecedor do tupi antigo nos tempos atuais.

Em 1963, Edelweiss escreve: "Quirimurê - atribulações de um topônimo" e "O termo nheengatu", publicando-os na mesma revista.

De referência ao primeiro artigo, cabe-nos tecer as seguintes considerações:

O autor analisou a bibliografia dos cronistas seiscentistas, observando que tanto Gabriel Soares de Sousa quanto Fernão Cardim registraram a expressão com o sentido de Bahia. Lembra, ainda, que no léxico tupi dos jesuítas, Vocabulário na Língua Brasílica, ocorre a confirmação dos dois registros, aparecendo, entanto, um segundo nome, a saber, Paraguaçu. Marcgrave, entre os escritores antigos, alude a Quirimurê. Em seguida, Edelweiss faz observações acerca da maneira como esses autores grafaram o nome, criticando-os, de per si, declarando não existir no tupi a desinência surda re, arrematando com a afirmativa: "Na mesma linha onde se acha Quirymurê, também se lê Paraguaçu, sem o acento que sempre costumava encimar o u tônico final, e, verbete pedir p. ex. ombreiam, em duas linhas, ajerurê com ajerere e cupe com çupê". Tais referências dizem respeito ao que consta do Vocabulário na Língua Brasílica.

Considera, outrossim, inaceitável a etimologia proposta pelo guaranílogo Batista Caetano de Almeida Nogueira. De igual modo, comenta a explicação alvitrada por Teodoro Sampaio nas três primeiras edições de O Tupi na Geografia Nacional, consignando que: "da falta de todas essas achegas resultou uma das interpretações etimológicas mais inconsistentes de T. Sampaio, e, por ironia do acaso, de um termo que lhe era particularmente caro, pelo contato que teve com a Bahia de Todos os Santos desde que viu a luz do dia".

Também manifesta surpresa ante a maneira como foi feito o comentário ao termo, na tradução da História Natural de Marcgrave, estranhando-a sobretudo, pelo fato de, àquela altura, já ter o seu anotador tomado conhecimento do Vocabulário na Língua Brasílica, tendo consequentes condições para não repetir os enganos cometidos pelo conhecido publicista baiano.

Finalmente, Edelweiss concluiu por defender a grafia tupi, Quirimurê, nome pelo qual os tupinambás do Recôncavo se referiam à Bahia de Todos os Santos. Alude, ainda, à circunstância de este nome jamais ter designado tribo de índios, sendo improvável qualquer relação com o termo Caramuru.

Sem ter possibilidade de explicar a etimologia da palavra, Edelweiss alude à hipótese formulada, por A. Levy Cardoso, "de ser a primeira

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