O tupi na geografia nacional

do livro, anteriormente citado, do qual destacamos alguns trechos: "A obra de Frederico Edelweiss, ex-professor de Língua Tupi na Universidade da Bahia, teve como objetivo pôr um pouco de ordem nesse caos. Alma de historiador e analista rigoroso, o Autor percorre toda a produção 'tupi' tanto impressa como manuscrita, situando-a no tempo e no espaço.

E vai corrigindo, naquele seu tom sincero, por vezes áspero, toda uma série de erros que se espalharam a respeito da língua tupi.

Primeiro, a ideia de que os jesuítas 'criaram' a língua tupi, para isolar o índio e melhor dominá-lo. Segundo, a de que violentaram a índole da língua, para enquadrá-la na gramática latina. Terceiro, a de que tupi, guarani, brasiliano, nheengatu é tudo uma coisa só. Quarta, a de que em nossos cursos universitários não há lugar para um estudo especial do tupi, mas sim das línguas indígenas em geral.

Aqui Edelweiss mostra à nossa Linguística brasileira, enfatuada e de segunda mão, que, se para o linguista o latim tem o mesmo interesse que o hotentote, para o filólogo o latim tem muito maior importãncia pela sua função histórica. Assim também o tupi teve um papei histórico que não coube, p. ex., às línguas do grupo Jê. Haja vista a penetração maciça de termos tupis no português do Brasil. Edelweiss prova como só o tupi tem um sentido especial para a cultura nacional, e que seu estudo universitário deve ser enquadrado na seção de letras, ao lado do grego e do latim, naturalmente em escala mais reduzida".

Desnecessário, por certo, dizer algo mais do que já foi expresso neste depoimento emanado de um dos maiores cultores da tupinoiogia nacional.

Entendemos no entanto, ser importante realçar o valor do Aviso Preliminar assinado pelo próprio autor. Neste, mais uma vez, reafirma a sua inabalável determinação em insistir na defesa de sua tese anteriormente exposta, e insuficientemente conhecida, a propósito da distinção entre as línguas tupi e guarani explanada no seu livro publicado em 1947.

Por sua vez, ao pretender estudar Gûasú e Usú na diacronia das línguas e dialetos "Tupi-guaranis", Frederico Edelweiss confessa o seu empenho em analisar o modo como se fazia o aumentativo e o superlativo no idioma nativo.

E evidenciando, mais uma vez, jamais considerar completas as suas abordagens, diz, no seu aviso preliminar: "O trabalho que se segue, circunscrito a um setor estreito, apresenta pesquisas e análises complementares a capítulos do nosso Estudos Tupis e Tupi-guaranis, elucida algumas dúvidas comuns e retifica certas ideias errôneas do curso ainda franco a respeito de questões da linguística tupi-guarani e dos seus reflexos, no campo da linguística".

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