Iniciando considerações sobre o Gûasú e Usú no tupi e no guarani antigos, Edelweiss declara a identidade deste aumentativo nas duas línguas, realçando embora que as divergências, sob o ponto de vista mórfico, se traduzem sob a forma de manifestação diversa nas regras que presidem o seu uso nos dois idiomas.
Enumerando vários exemplos referentes ao uso das formas, aduz o fato de que guâsu é usado com verbos e nomes terminados em vogal tônica, enquanto os paroxítonos e os oxítonos, contendo consoantes finais de composição, afora a observância das regras eufônicas, utilizam usú.
Demonstrando perfeito conhecimento dos idiomas tupi e guarani, o autor percorre toda literatura colonial, na qual ocorre o registro das formas em análise, criticando, com muita propriedade, a grafia usada por cada um dos autores, a exemplo de Hans Staden, Marcgrave e Thevet.
Camarajipe e lagoa do Abaité são dois termos analisados por Frederico Edelweiss, demonstração do seu constante interesse em investigar topônimos de origem tupi, a fim de retificar conceitos errôneos sobre os mesmos, além de emitir sua opinião de especialista na matéria.
Camarajipe (e não Camorojipe ou Camurujipe), ele próprio o afirma, designa o rio que desagua no largo da Mariqueta - rio Vermelho.
O nome, segundo o autor, aparece na bibliografia brasileira, numa carta quadrimestral jesuítica, datada do ano de 1557. No documento, em apreço, ocorre claramente a menção ao rio, que corre no local, sob a forma de Camarajipe. Discorrendo sobre o assunto, Edelweiss propõe que se oficialize o nome correto Camarajipe, em lugar de usar-se, indevidamente, Camorojipe, e Camurujipe, por não se aplicarem, adequadamente, à localidade.
Já de referência ao nome lagoa Abaité, substituto verdadeiro da equívoca denominação lagoa do Abaeté, o autor explora, com igual cuidado, a literatura sobre o assunto, concluindo pela inadequação do termo Abaeté, homem abalizado, de valor, verdadeiro, para traduzir um termo geográfico. Para tanto, faz incursões no campo da etnologia indígena e africana, reportando-se, inclusive, ao texto de Dorival Caymmi, que contém no seu bojo a impressão do mistério e terror consentânea às lendas criadas em torno da lagoa escura.
Como em todos seus estudos, Edelweiss conclui categoricamente, declarando: "Por tudo isto, a lagoa Abaeté é lagoa Funesta, lagoa Temerosa".
Em 1970, é publicada a segunda parte do estudo sobre Gûasú, usú. O artigo tem início com algumas considerações sobre o assunto, constantes do livro de Jean de Léry, afirmando o autor: "A despeito do longo colóquio, os aumentativos em Léry não ultrapassam em número os contidos nos escritos de Thevet. Em compensação, são todos identificáveis,