O tupi na geografia nacional

o que não acontece com os de Thevet, colhidos em áreas muito dispersas".

Por outro lado, o autor em lide atribui ao depoimento de Léry um valor bem mais significativo do que o de Thevet, sobretudo pelo primeiro ter aprendido a língua indígena e, por isso mesmo, ter melhores condições de "consignar com algum discernimento aquilo que lhe iam comunicando os intérpretes, a cuja colaboração, aliás, alude repetidas vezes".

E, demonstrando a seriedade com que encarava as suas pesquisas, afirma que, para fazer alusões aos registros das formas gûasú, sú e asú no livro de Léry, baseou-se na edição de Gaffarel, sob a alegação de ser a mais acessível aos estudiosos, muito embora tivesse comparado este registro com a transcrição dos vocábulos tupis constantes da edição francesa de 1586. Em seguida, passa às considerações sobre o emprego das formas gaâsu, usú e Asú nos Tratados, de Fernão Cardim, na onomástica de Gabriel Soares de Sousa, estendendo-se em notas e observações críticas sobre os dois autores.

Deste mesmo ano procede o estudo sobre o Pe. Serafim Leite e a língua tupi. Na opinião de F. E. o autor da História da Companhia de Jesus do Brasil, por não ter sido linguista, sequer versado na tupinologia, procurou valorizar o nheengatu, em lugar de considerá-lo um falar composto por termos oriundos do tupi antigo, do brasiliano, o português, em suma, uma miscelânea heterogênea incapaz de representar o legítimo idioma dos índios do litoral brasileiro ao tempo da descoberta.

Por outro lado, ao historiador da Companhia de Jesus, conforme ainda Edelweiss, faltava efetivamente os mais comezinhos conhecimentos do idioma tupi, que lhe permitissem incursionar neste árduo campo de trabalho.

Também de 1970 é o estudo Gûasú, Usú e Asú na História da missão dos padres capuchinhos, do frei Cláudio d'Abbeville. A este autor, F. E. atribui considerável importância por ter fornecido notícias de excelente qualidade, recolhidas entre conterrâneos eficientes e perfeitamente integrados ao meio sobre o qual se pronunciaram. O modo como Abbeville reuniu essas informações, selecionando-as e ordenando-as criteriosamente, conferem, pois, singular valor ao seu trabalho, conforme aduz o tupinólogo baiano. Aliás, convém ressaltar que, na sua opinião, a história do frade capuchinho constitui-se, ao lado dos compêndios jesuíticos, na mais importante fonte de informação para o estudo mórfico dos aumentativos guâsu/usú, no tupi antigo. Ainda neste mesmo artigo de Edelweiss, é comentada a ocorrência de: guâsu e usu em Voyage dans le nord du Brésil.

Referindo-se à diminuta frequência desse aumentativo no livro em

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