O tupi na geografia nacional

questão, F. E. declara, peremptoriamente, que frei Ivo d'Evreux provavelmente foi um bom missionário, mas etnógrafo e linguista de pouco saber.

Finalmente, ainda no mesmo trabalho, há uma minudente análise sobre o tema, inserida na História Natural do Brasil, de Piso Marcgrave. A esta importante obra científica F. E. atribui notável valor para o estudo da língua tupi e do assunto em pauta.

No ano seguinte, é publicada a quarta parte do estudo sobre o aumentativo guâsú-usú. Ainda uma vez, tal como outros estudos criteriosos de Edelweiss, observa-se o apuro na densa pesquisa linguística efetuada nas fontes informativas de primeira mão.

O artigo tem início, pois, com observações sobre os sufixos gûasú e usú no Catecismo da Língua Brasileira, do Pe. Felipe Bettendorff, explicando o autor que, no caso, a contribuição do livro é limitada, cingindo-se a uns poucos exemplos, todos eles seguindo fielmente o modelo anchietano. Em seguida, passa F. E. a comentar o aumentativo no Vocabulário Português-brasílico, desenvolvendo posteriormente ampla discussão sobre os aumentativos e os superlativos no Dicionário Português e Brasiliano.

Neste livro, sustenta o autor, gûasú assume o sentido de difícil, aparecendo apenas em meia dúzia de palavras compostas, minguados remanescentes do passado como que envergonhados da sua vetusta indumentária. A forma osú, alteração de usú, avassalou tudo.

E mais adiante conclui categoricamente: "A substituição desta multifária intensivação por um termo único no Dpb, nada mais é do que a influência do adjetivo português muito osú, pelo qual o mestiço gradativamente despojou a língua tupi de alguns dos seus atavios mais característicos".

E, demonstrando aí não se exaurir o seu desejo de transmitir informação, F. E. ainda se ocupa em analisar: "Aumentativos enxertados no Dicionário Brasileiro-Português", publicado no tomo 18 da Revista do Museu Paulista. As formas aumentativas e superlativas, no Caderno da língua, de frei João de Arronches, "As formas uasú e asú no nheengatu".

Igualmente, como se lhe não bastasse as incursões no tupi antigo, no brasiliano e no nheengatu, o nosso tupinólogo detém-se em considerações sobre "as variantes de gûasú-usú no guaraio", língua da Bolívia que, consoante informa, vem a ser "um elo entre o tupi e o guarani".

Evidenciando amplo conhecimento da língua dos nossos primeiros índios, Edelweiss enriquece todo este estudo com excelentes notas de pé de página, cujo valor é tanto maior porquanto se constituem em referências da maior segurança e profundidade para os que se interessam por este setor de conhecimento dos estudos brasileiros.

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