Impossível deixar de conferir-lhe um lugar de honra nos estudos tupinológicos dos nossos tempos, dada a segurança e profundidade com que versava os assuntos desta especialidade, de que é exemplo a análise percuciente sobre o aumentativo em tupi.
Todavia, não se esgotaria ainda o seu intento em aprofundar o apaixonante tema, que também desenvolve em 1971 e 1972. Assim, sob o título completo e minucioso sobre "As formas sirionós correspondentes ao aumentativo gûasú-usú". Trata-se, pois, de um estudo comparativo entre o tupi e guarani antigos e um dialeto atual da mesma familia, tarefa que só poderia ser desempenhada, a contento, se entregue à competência de um autor do conhecimento e valor do tupinólogo baiano. Vemos assim, confirmada a afirmativa anterior de que F. E. sempre procurava esgotar todo assunto que analisava, pesquisando-o exaustivamente.
Finalmente, encerra o sexto estudo sobre o assunto, iniciando-o com observações acerca dos sufixos "Gûasú e Usú da diacronia das línguas e dialetos tupi-guaranis", capítulo que fecha, com chave de ouro, o trabalho em questão. Partindo de considerações acerca do aumentativo no guarani moderno, cuja evolução conhecia profundamente, declara textualmente: "Quem comparar o guarani moderno ao estado da língua ao tempo de Montoya e com os diferentes esgalhamentos tupis do Quinhentos e Seiscentos, não pode deixar de notar a progressiva desenvoltura na parte que nele diz respeito ao emprego do gûasú na formação de aumentativo e superlativo".
Assim, criticando os gramáticos do guarani moderno, afirma que os mesmos não valorizam o papel de gûasú/usú nas antigas formas aumentativas e superlativas, malgrado a sua profusa presença e uso nos vocabulários atuais. Em contrapartida, aludem ao adjetivo, advérbios eté e suas variações: eité, te, eterei, procurando mesmo omitir outras formas, talvez para evitar suas prováveis discordâncias. Frederico Edelweiss, no entanto, contesta esta indébita substituição, alegando que eté não parece caracterizar, com precisão, os aumentativos concretos nos quais antes prevalecem o sentido de grosso, volumoso.
Não lhe bastando competência e seriedade para arguir em defesa desta opinião, vai mais longe ainda, analisando as formas teneteharas correspondentes, os aumentativos em uhu, a forma uatzú. Concluindo, finalmente, a árdua e profunda análise, arremata, à guisa de justificação final, jamais omitida em seus estudos o que se segue:
"Num estudo árido como este a que ora pomos o ponto final, após fixar a trajetória quadrissecular de um termo através da sua evolução em vários dialetos afins, embora falado por tribos geograficamente espalhadas numa área de milhões de quilômetros quadrados, não poderíamos