evitar ocasionais repetições em nossos comentários. Visamos nelas principalmente à conveniência dos leigos no assunto.
Ademais, sendo autônomo o capítulo dedicado a cada dialeto, o consulente recorrerá de preferência ao que mais o interessa no momento, muitas vezes sem tomar conhecimento dos procedentes.
Por isso julgamos favorecer tanto a comodidade do estudioso quanto a eficiência do exposto com o repisar desta ou daquela observação em vez de remeter-nos comodamente a notas afastadas. Acresce que, não raro, se apresentam facetas novas, que para boa compreensão carecem de entrosagem algo diferente.
Releve, pois, o lente o que vale ao discente".
No ano de 1974, é publicada mais uma edição da Notícia do Brasil, de Gabriel Soares de Sousa, contendo anotações de pena erudita de Frederico Edelweiss, sobre cuja tarefa assim se pronunciou o seu editor Edgard de Cerqueira Falcão ao assinar a Nota Liminar: "Desejando escoimar de possíveis imperfeições as notas etimológicas tupis, baseadas nas melhores obras que chegaram ao alcance do meu mestre e amigo, solicitei a um provecto conhecedor da língua, o prof. Frederico Edelweiss, que fizesse cuidadosa revisão, baseada em fontes mais seguras. A princípio escusou-se esse outro mestre da tarefa que lhe pedi, alegando ser necessário um grupo de especialistas nos vários ramos científicos de que trata a Notícia do Brasil, com a participação dum conhecedor abalizado do idioma tupi, para realizar aquele intento. Todavia, concordou em apontar, numa série de notas, o que lhe parecia em flagrante desacordo com o mais fidedigno vocabulário da língua brasílica, ou seja, o dicionário dos jesuítas, elaborado no início da catequese e publicado em 1938 pelo prof. Plínio Airosa, ao qual, aliás, Pirajá da Silva faz diversas referências".
Acompanhamos, de perto, a tarefa de que se incumbiu o competente tupinólogo, àquela altura com a saúde bastante abalada pela pertinaz moléstia que, pouco a pouco, minava a sua já precária saúde. Efetivamente, grande e árdua era a empreitada para quem só sabia entregar-se fundamente à tarefa de pesquisar os recônditos da língua nativa. Meticuloso e perfeccionista, certamente, desejou Edelweiss repartir tamanha responsabilidade com outro especialista, interessado como ele em empreender, gratuitamente, tal empreendimento.
Demonstrando, mais uma vez, a vastidão do seu conhecimento, Frederico Edelweiss não apenas incursiona no campo do tupi, arrementendo-se à tarefa de fazer observações de caráter histórico, de cujos conhecimentos já tivemos oportunidade de comentar no trabalho "Frederico Edelweiss, o historiador".
As aludidas anotações constantes do volume VII da coleção Brasiliensia