O tupi na geografia nacional

O Indianismo ao tempo do Império

O Americanismo foi, sem dúvida, um dos fatores históricos da nossa independência política.

A mais interessante das suas facetas entre nós, o Indianismo, corresponde a um dos primeiros aspectos assumidos pelo entusiasmo nacionalista do nosso povo, principalmente nas províncias da Bahia para o Nordeste, onde o sentimento separatista parece ter sido mais ardente.

Com o advento da autonomia nacional, o cabloco foi aí guindado a símbolo sagrado da oposição ao português e, até hoje, continua sendo a figura central nos festejos de 2 de julho, dia da independência da Bahia.

Velhos nomes tradicionais foram então abandonados por muitos em favor de apelidos indígenas, de preferência tupis. Era o repúdio ostensivo dos mais afoitos ao testemunho incômodo que os nivelava com os dominadores odiados.

Como tais arrebatamentos têm, pela sua própria natureza, vida efêmera, o indianismo extremo foi transitório. O movimento havia, porém, reavivado a memória dos antigos donos da nossa terra e uma nota de simpatia vibraria por longo tempo ainda em sua exaltação.

Os nossos talentos literários, que puderam desabrochar livremente na pátria livre, espelham amiúde pendores indianistas, sem dar-lhes, entretanto, consistência definida. Não possuíamos as noções fundamentais para um indianismo erudito e, tais conhecimentos, só estudos históricos, geográficos, etnológicos e linguísticos poderiam fornecer-nos.

A premência dessas investigações, também posta em evidência, na mesma época, por alguns cientistas viajantes, foi percebida sem tardança por um grupinho de estudiosos, que, para maior eficiência e recíproco estímulo, se constituíram em grêmio, na capital do Império.

Nasceu assim o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que tão grande influência teria nos estudos pátrios e provocaria, no correr dos tempos, a criação de núcleos idênticos em diversos pontos do país.

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