Dentre os seus membros não tardou a destacar-se, pelas suas pesquisas e publicações de caráter genuinamente nacional, Francisco Adolfo de Varnhagen, que anteriormente já se havia distinguido e que, a seguir, nos daria, na sua grande História Geral do Brasil, a primeira visão panorâmica das nossas origens e da formação da nossa pátria.
Na História de Varnhagen, os estudos indianistas ocupam alentado espaço, como, aliás, em toda a sua obra. Começam pela Memória sobre a necessidade do estudo e ensino das línguas indígenas do Brasil, de 1840, e terminam, pouco antes da sua morte, com a reedição da Arte, do Vocabulário e Tesouro guaranis de Antônio Ruiz de Montoya, em 1876.
Outras figuras proeminentes na primeira fase do Instituto Histórico Nacional foram Domingos José Gonçalves de Magalhães e Antônio Gonçalves Dias.
Ao primeiro devemos a Confederação dos Tamoios, publicado em 1857, e Os Indígenas do Brasil perante a História, de 1859.
Quanto a Gonçalves Dias, este representa indubitavelmente o apogeu do surto indianista no domínio das nossas letras versejadas. As suas Poesias Americanas, cujas primícias datam de 1846, culminam no poemeto I-Juca-Pirama. Por fim, o seu estro voluteia sobranceiro no poema Os Timbiras, que, incompleto como ficou, saiu a lume em 1857.
Gonçalves Dias, além de ser o nosso poeta indianista por excelência, ocupou-se ainda dos nossos indígenas em outros trabalhos de certo fôlego. Dentre eles, convêm citados: O Vocabulário da Língua Geral usada hoje em dia no Alto Amazonas (1857), de autor ignorado; (as) Amazonas (1855); Dicionário da Língua Tupi, chamada língua geral dos indígenas do Brasil (1858), compilado de vários autores, e, finalmente, Brasil e Oceânia, publicação póstuma, de 1867, onde os nossos índios ocupam para mais de 200 páginas.
Se Gonçalves Dias foi o expoente indianista na poesia, José de Alencar o foi na prosa.
O Guarani, Iracema e Ubirajara ainda hoje acendem, fugazmente embora, a chama indianista nos corações juvenis de todas as idades.
Entretanto, forçoso é dizermos que essa exaltação, filha romântica das lutas pela nossa autonomia, arrefeceu com a morte destes seus dois cultores máximos. Depois deles os temas beletrísticos aproximam-se cada vez mais da realidade nacional; a linguagem alardeia ressonâncias locais - caminhos aliás apontados e corajosamente trilhados pelo próprio Alencar. A literatura afasta-se do caboclo, erigido, no ardor da luta em símbolo reivindicador um tanto fictício, mantendo, porém, ainda por muito tempo e principalmente nas províncias, o cunho separatista, brasileiro, no assunto e na expressão. Cresce o número de afeiçoados ao brasileirismo e chega-se a tentar a nacionalização da própria ortografia no sistema sônico