O tupi na geografia nacional

pode descobrir e desarticular do contexto do vocábulo. Com esse critério, a arte de interpretar os topônimos tupis já não oferece tanto risco, como seria de temer se ao interpretador fosse lícito decidir-se unicamente pelo significado de quantos componentes se pudessem descobrir no corpo do vocábulo em apreço. Todo o cuidado lhe é mister para fugir desse dédalo de uma língua aglutinante, como é o tupi.

Nesta 3ª edição, procurei sempre dar aos topônimos as diversas interpretações cabíveis, duas ou mais, segundo os seus componentes. Raro passei além disso.

No decompor o vocábulo sujeito à interpretação, tive sempre em mira a sua procedência regional, se da costa oriental do Brasil ou das suas proximidades, onde dominou a chamada língua geral, mais influenciada pelo português, se do vale do Amazonas onde se fala o nheengatu, modalidade do tupi do Norte; se do vale do rio da Prata, onde se expandiu o guarani, que é um tupi mais contrato. Para cada um busquei apoio e auxílio nos autores mais antigos e de maior autoridade: os padres Anchieta e Luís Figueira para a língua geral, o Pe. Antônio Ruiz de Montoya para o guarani e Couto de Magalhães e Barbosa Rodrigues para o nheengatu.

Valeram-me de preciosos subsídios os trabalhos de Batista Caetano de Almeida Nogueira, no seu Vocabulário das palavras guaranis usadas pelo tradutor da Conquista Espiritual do Pe. A. Ruiz de Montoya, assim como as importantes investigações e estudos de Moisés Bertoni sobre o guarani do Paraná-Paraguai.

No que diz respeito à grafia dos nomes tupis, guardei a das duas primeiras edições, procurando, entretanto, aproximar-me o quanto possível das regras assentadas no Congresso Científico Internacional de 1910, em Buenos Aires.

Sobre toponímia propriamente dita, poucas foram as publicações aparecidas entre nós nestes últimos 15 anos. O assunto, é inegável, tem boa aceitação da parte do público brasileiro, mas são poucos os que a ele se dedicam e desses poucos bem raros são os que vêm até a publicidade.

Na lista dos investigadores, que já vem de dois séculos e onde se contam nomes ilustres, como os de Lacerda e Almeida, Von Martius, Costa Rubim, frei Francisco dos Prazeres Maranhão, Gonçalves Dias, Freire Alemão, J. Luccock, Cândido Mendes, João Mendes de Almeida, Couto de Magalhães, Ramiz Galvão, Batista Caetano, Varnhagen, Richard Burton, Frederik Hartt, Barbosa Rodrigues, José Veríssimo, Beaurepaire-Rohan, Macedo Soares, Paulino Nogueira, há, entretanto, sempre o que acrescentar, há mais alguns ilustres cultores do indianismo não menos distintos, como o do cônego Raimundo de Pennafort, Pe. Carlos Teschauer, E. de Leão, Rodolfo Garcia, Alfredo de Carvalho, Sousa Docca, e ainda outros que se deram a estudos etnográficos e à língua

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