Os bororos orientais. Orarimogodogue do Planalto Central de Mato Grosso.

CONSTRUÇÃO DE CASAS

A cabana é construída grosseiramente no tempo da seca. É de forma cônica com base quase circular. O apoio principal é uma árvore central, onde se colocam paus inclinados: sobre estes, os índios estendem folhas de palmeiras que prendem com ligaduras que se desenrolam em espiral. Durante o período das chuvas, o acampamento é transportado das margens do rio para uma elevação do terreno, e as cabanas são construídas ordinariamente com maior cuidado e firmeza. Duas grossas forquilhas, fixadas verticalmente no terreno, sustentam uma trave horizontal à qual se apoiam vigotes inclinados; nestes, em alturas várias, são amarradas fortes varas horizontais, cobertas de grandes folhas de palmeira. Resulta então uma cabana com um telhado de duas águas, o qual chega até ao chão, tendo sobre o terreno uma base elíptica ou hexagonal alongada. Na extremidade, deixam, entre os paus, umas aberturas. Cobrem essas aberturas com folhas de palmeira amovíveis, algumas vezes lindamente entrelaçadas. São as portas da cabana (baiporo, literalmente: abertura da cabana).

Raramente a casa é pouco menos primitiva. Constroem paliçadas firmes, retangulares, que formam as paredes laterais da cabana. O teto é de duas águas, como o tipo precedente, mas se limita à altura

[Ver imagem no original - Uma choupana, "bai".]

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