Nas festas Carístias em Roma, 19 de fevereiro, quando cultuavam os deuses Larários, de tudo quanto se comia enviava-se uma parte aos protetores da família.
"Libai cada vianda aos prontos Lares,
E em seus pratinhos lhe enviai da mesa,
Em sinal d'honra, o seu quinhão devido."
canta Ovídio nos Fastos, tradução de Antônio Feliciano de Castilho.
A crendice popular católica de que o repasto é assistido pelo Anjo da Guarda, algum santo ou o próprio Jesus Cristo, ocorria semelhantemente em Roma, acreditando-se que os deuses Lares e a deusa Vesta acompanhavam, invisíveis, o ágape.
"Diante do fogão no tempo antigo
Era costume os comensais sentarem-se
Em longos bancos; Vesta e mais os Lares
Cria-se que ao repasto eram presentes.
Algo herdamos das prístinas usanças;
Que o diga o que se envia dos banquetes
Asseado prato de presente a Vesta".
ainda registra Ovídio nos Fastos, comentando o dia votivo de Vesta, 9 de junho.