Visitantes do Primeiro Império

Multiplica-se-lhe a atividade nos cursos das escolas superiores como na de Agricultura e Normal. Em brilhante concurso acaba, por aclamação, de conquistar uma cátedra na Congregação do Museu Nacional. E ainda acha tempo para escrever livros didáticos de grande aceitação.

Tal o seu aproveitamento das horas e dos minutos, que nos dá a impressão de que surpreendeu o segredo do inventor Wellsiano da Time Machine. Pensarão os metempsicosistas convictos que ao nosso naturalista anima o espírito dessa inacreditável trabalhadeira, a Atta Sexdens, o instinto desse hexápode de quem afirmou Saint-Hilaire ser o contendor do brasileiro na obra de apossamento do Brasil.

Ensaia-se agora Mello Leitão em outro campo limítrofe daquele que tem com tanto brilho lavrado. A curiosidade pela obra dos grandes naturalistas visitantes do Brasil levou-o a querer conhecê-los em sua intimidade. E sugeriu-lhe depois o esplêndido mosaico que o leitor verá realizado com tamanha felicidade; das obras deixadas por uma série de jornadeadores ilustres de nossa terra.

Não se limitou a lhes colher as informações de ordem zoológica; a estas envolveu numa série de apanhados e confrontos sobre numerosos aspectos de nossa vida de antanho, tirados de páginas assinadas por nomes cobertos de imortal prestígio, como Darwin, ou de notável relevo, como Freycinet, Duperrey, Bougainville, Du Petit Thouars, ou, ainda, simplesmente preciosos, para nós outros brasileiros, como Maria Graham, De La Salle. Imensa mina a jazida dessa xemobibliografia brasileira, tão mal explorada ainda. Imensa e riquíssima.